sábado, 15 de março de 2014

Li esse breve texto após receber dez da banca, comovido e emocionado, é sempre bom recordar:

Gostaria de agradecer muito a banca pelas perguntas e pela forma como foi conduzida a defesa. Meu muito obrigado ao Cláudio, Rafael, Carlo e Rosemary.
Confesso e reconheço que os últimos cinco meses, vivi sensações de angústia e sentimentos de desespero aliados a uma inspiração sobre humana similares aos do rei Ricardo II.
De fato, vivi um drama semelhante ao de Ricardo: o conflito entre a vontade e o destino. Evidentemente que a minha luta não é pelo trono, cetro e coroa inglesa, mas a luta por um sonho de sucesso na carreira profissional.
E a data de hoje, dia 03 de novembro é mais uma etapa para que esse sonho e desejo possa se tornar real. Compartilho esse momento decisivo com todos vocês aqui presentes.
Achei oportuno recitar a banca e ao público presente, um trecho da peça Ricardo II, escrita por William Shakespeare em 1595 que considero marcante e que em vários momentos fez me identificar com o personagem Ricardo II.
Eu, não; não, eu; pois um nada terei de ser.
Assim, nenhum “não”, pois abdico em ti.
Agora vê como me desfaço de mim.
Retiro este peso morto da minha cabeça,
Este cetro desmesurado da minha mão,
O orgulho do poder régio do meu coração;
Com a lágrima lavo os óleos,
Com as minhas mãos entrego a coroa,
Com a língua renego o meu reino sagrado,
Com o próprio respirar quebro todos os votos;
Renuncio a toda a pompa e majestade;
Abandono feudos, rendas e rendimentos
Revogo leis, decretos e estatutos.
Deus perdoe os juramentos que me foram violados,
Deus guarde invioláveis os que te fizerem.
Fazei com que nada, que nada tenho, me angustie,
E que tudo a ti, que tudo tiveste, te alegre.
E Ricardo em breve possa jazer numa cova.
Salve, Rei Henrique, diz o destronado Ricardo,
Deus vos dê muitos anos de dias de sol!
Que falta ainda?
Pois esse trecho representa um misto de estado de desamparo, desapego das coisas materiais e de despir o orgulho, a identidade e o sentimento de impotência: não há mais nada a fazer, senão se entregar a roda da Fortuna.
Eu agradeço muito ao Miguel, pela orientação e ao auxílio em diversas situações que foi necessário intervir. Meu muito obrigado.

Agradeço aos meus pais, em especial, minha mãe pelo auxílio material e espiritual que me foi dado durante esses dois anos e três meses. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário