segunda-feira, 31 de outubro de 2011

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EXAME de História das Relações Internacionais II

Instruções
1. Coloquem o nome no local indicado.
2. Prova a caneta azul ou preta.
3. Confira se a prova possui quatro questões.
4. Evitem rasuras, erros de língua portuguesa. Poderão ser descontados pontos.
5. A interpretação das questões é parte do processo de avaliação, não sendo permitidas perguntas ao professor.
6. As questões dissertativas podem ser respondidas de acordo com a ordem desejada.
7. Boa prova para todos!

Conteúdo da Prova
TEXTO 1 – Hegemonia coletiva e equilíbrio: a construção do mundo liberal (1815-1871) – Amado Luiz Cervo
TEXTO 2 – Capítulo 3 – A Era dos Impérios – E. Hobsbawn.
TEXTO 3 – Apogeu e colapso do sistema internacional europeu (1871-1918) – Wolfgang Döpcke
TEXTO 4 – Capítulo 5 – O advento de um mundo bipolar e a crise das potências médias: primeira parte, 1885-1918 – Paul Kennedy
TEXTO 5 – A MÁQUINA DO JUÍZO MILITAR – NO TURBILHÃO DA GUERRA – KISSINGER
TEXTO 6 – A NOVA FACE DA DIPLOMACIA – WILSON E O TRATADO DE VERSALHES – KISSINGER
TEXTO 8 - A INSTABILIDADE INTERNACIONAL – AMADO LUIZ CERVO
TEXTO 9 – STRESEMANN – A VOLTA DOS VENCIDOS – KISSINGER
TEXTO 10 – O FIM DAS ILUSÕES – HITLER E A DEMOLIÇÃO DE VERSALHES – KISSINGER
TEXTO 11 – A AGONIA EUROPEIA E A GESTAÇÃO DA NOVA ORDEM INTERNACIONAL (1939-1947) – JOSÉ FLÁVIO SOMBRA SARAIVA
TEXTO 12 – CAPÍTULO 7 – PAUL KENNEDY
TEXTO 13 – CAPÍTULO 17 – O INÍCIO DA GUERRA FRIA – KISSINGER
TEXTO 14 – CAPÍTULO 30 - O FIM DA GUERRA FRIA – KISSINGER


1. Às vésperas da II Guerra Mundial (1939-1945), quais eram os objetivos precisos de Hitler de política exterior (cite e explique quatro objetivos)? (valor: 2,0): TEXTO: A AGONIA EUROPEIA E A GESTAÇÃO DA NOVA ORDEM INTERNACIONAL (1939-1947) – JOSÉ FLÁVIO SOMBRA SARAIVA

RESPOSTA: Reduzir os espaços de influência da França sobre o continente; buscar a aliança da Grã Bretanha ou, pelo menos, sua neutralidade para a conquista da Europa Oriental, incluindo a União Soviética; construir um império colonial na África, com a concordância dos britânicos; enfrentar os Estados Unidos; partilhar o mundo com os japoneses germanizar o leste europeu; utilizar a via militar para a realização de seus objetivos.

2. Como se caracterizou a política exterior dos britânicos durante a fase do imperialismo no século XIX? Apresentando os seguintes aspectos: característica e forma de dominação; questão econômica; questão militar; política exterior quanto a Europa e à América; relação com os Estados Unidos. (valor: 2,0): TEXTOS: TEXTO 1 – Hegemonia coletiva e equilíbrio: a construção do mundo liberal (1815-1871) – Amado Luiz Cervo; TEXTO 2 – Capítulo 3 – A Era dos Impérios – E. Hobsbawn.

RESPOSTA: O colonialismo inglês na África foi sobretudo reativo e preventivo. A Inglaterra permanecia fiel, em principio, ao livre comércio e não fechou suas colônias a seus concorrentes econômicos. Utilizava-se principalmente do modelo de dominação indireta (indirect rule), que instrumentalizou as elites tradicionais no exército do poder colonial. A relação entre britânicos e os Estados Unidos eram marcadamente conflituosa, os norte americanos eram decididamente antiimperialista, com as suas origens na luta anticolonial contra a Grã Bretanha. Os britânicos afastavam-se de interferir nos assuntos europeus, mas chocava-se com os europeus quanto ao imperialismo na África e Ásia. A chamada splendid isolation dos britânicos no continente europeu mantinha os afastados dos conflitos intestinais europeus, mas do ponto de vista econômico, o período de 1871-1914 caracterizou-se tanto por uma competição econômica entre Estados quanto por um entrelaçamento econômico crescente, assim como por uma intensa colaboração do capital internacional. A competição comercial entre Estados, em alguns casos, culminou em guerras alfandegárias ou comerciais. Os britânicos investiam e faziam empréstimos concentrados na América Latina.

3. No período entre guerras (1919-1939), um dos protagonistas desse marco histórico é o presidente norte americano Woodrow Wilson. Qual a importância desse personagem para a diplomacia e a política mundial e por fim, quais ideias propostas por ele podemos elencar e considerar “revolucionárias”. (valor: 2,0) TEXTO: A NOVA FACE DA DIPLOMACIA – WILSON E O TRATADO DE VERSALHES – KISSINGER

RESPOSTA: Wilson é o ícone do período entre guerras por propostas revolucionárias no sistema internacional. A ideia de Wilson derivava da fé americana na natureza essencialmente pacífica do homem e na harmonia básica do mundo. Postulava que as nações democráticas eram, por definição, pacíficas; as gentes, com autodeterminação, não teriam mais motivos para ir à guerra ou oprimir os outros. Uma vez experimentado as bênçãos da paz e da democracia, os povos se ergueriam unidos para defendê-las. Na opinião de Wilson, não era a autodeterminação que causava as guerras, mas a inexistência dela; não era a ausência de equilíbrio de poder que produzia instabilidade, mas a tentativa de obtê-lo. Wilson propôs fundar-se a paz no princípio da segurança coletiva. Em sua opinião, como na de todos os seus discípulos, a segurança do mundo exigia, não a defesa de interesses nacionais, mas paz como conceito legal. A constatação de que uma quebra da paz ocorrera de fato, seria de uma instituição internacional, que Wilson definiu como a Liga da Nações.

4. Por que para o primeiro ministro britânico Winston Churchill a entrada dos Estados Unidos (1941) na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) é decisiva para a vitória dos aliados? E qual a concepção de Paul Kennedy na obra Ascensão e queda das Grandes Potências para reiterar essa afirmação de Churchill. Explique. (valor: 2,0). TEXTO: CAPÍTULO 7 – PAUL KENNEDY

RESPOSTA: À notícia da entrada dos Estados Unidos na guerra, W. Churchill manifestou abertamente a sua satisfação – e com boas razões. Como mais tarde ele explicou, “a sorte de Hitler estava selada. A sorte de Mussolini estava selada. Quanto aos japoneses, seriam transformados em pó. Todo o resto era apenas uma aplicação adequada de uma força esmagadora”. Não obstante, a suposição básica de CHURCHILL estava certa. O poderio econômico não foi a única influência sobre a eficiência militar, mesmo na guerra mecanizada, total, e 1939-1945; a economia, parafraseando Clausewitz, estava mais ou menos na mesma relação para com o combate que a habilidade do espadachim está para a arte da esgrima. Os erros estratégicos de alemães e japoneses somaram-se a aplicação adequada de uma força esmagadora.


5. Por que para Paul Kennedy na obra Ascensão e queda das Grandes Potências “erros fatais” cometidos por alemães e japoneses asseguram a vitória dos aliados . Identifique (três) e explique esses erros estratégicos de alemães e japoneses apontados por Paul Kennedy. (valor: 2,0). TEXTO: CAPÍTULO 7 – PAUL KENNEDY

No caso alemão, isso foi desde as decisões de escala relativamente pequena, como mandar grandes reforços para a África em princípios de 1943, a tempo de apenas de que fossem apenas aprisionados; tratamento estúpido e criminoso dos ucranianos e de outras minorias não russas na URSS, que se sentiram felizes em sair do jugo stalinista, até que as atrocidades nazistas as fizeram recuar. Foi desde a arrogância de supor que o código ENIGMA jamais poderia ser decifrado, até o preconceito ideológico contra o uso de mulheres nas fábricas de munições, ao passo que todos os inimigos da Alemanha exploravam essa reserva de mão de obra largamente inaproveitada. E a situação agravou-se com as rivalidades nos escalões superiores do próprio exército, que o tornaram incapaz de resistir à necessidade maníaca que tinha Hitler de ofensivas ambiciosas demais, como as de Stalingrado e Kursk. Acima de tudo, houve o que os estudiosos chamam de “caos policrático” de ministérios e subimpérios rivais (o exército, a SS, o Gauleiter, o ministério da Economia), que impediam qualquer avaliação e distribuição coerente de recursos, para não falarmos na elaboração do em qualquer outro lugar seria chamado de “estratégia geral”. Não era uma maneira séria de fazer a guerra.
Embora os erros estratégicos dos japoneses fossem menos destacados e contraproducentes, também foram espantosos. Como o Japão estava praticando uma estratégia “continental” na qual predominava a influência do exército, suas operações no Pacífico e sudeste da Ásia tinham sido realizadas com um mínimo de força- apenas 11 divisões, comparadas com as 13 na Manchúria e as 21 na China. Mas mesmo quando a contra ofensiva americana no Pacífico Central estava sendo realizada, os reforços japoneses em soldados e aviões para aquela região foram tardios e insuficientes – em especial, se comparados com os recursos destinados às maciças ofensivas na China em 1943-1944.A Marinha Imperial Japonesa teve a sua parcela de culpa. A direção operacional de batalhas decisivas, como a de Midway, foi cheia de erros, e quando o porta-aviões mostrava-se supremo na Guerra no Pacífico, muitos almirantes japoneses, depois da morte de Yamamoto, ainda preferiam o encouraçado e buscavam a oportunidade de uma segunda Tsushima – como as operações de 1944, no Golfo de Leyte e, ainda mais simbolicamente, a viagem sem volta do suicida Yamato revelavam. Os submarinos japoneses, com seus formidáveis torpedos, foram mal usados como escolta para a esquadra de combate, ou de comboios de abastecimento para guarnições isoladas em ilhas, em lugar de serem empregados contra as linhas de comunicação do inimigo. Em contraste, a armada não soube proteger a sua própria marinha mercante, e demorou muito a desenvolver um sistema de comboios, técnicas anti-submarinas, porta-aviões de escolta; o Japão perdeu totalmente a batalha da informação, dos códigos e de sua decifração.

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