segunda-feira, 2 de maio de 2011

Terror e insegurança estão de volta



A manchete-surpresa da morte inesperada de Osama Bin Laden, líder da Al Qaeda, por militares norte americanos introduz a nota de mudança e incerteza que dominará a curto prazo a vida política dos Estados Unidos e países europeus.

A morte do “inimigo número 1” dos Estados Unidos dá sobrevida política a reeleição do presidente norte-americano Barack Obama.

Em meio a crise econômica, com o desemprego em alta, aumento da dívida interna e a fragilidade diante da concorrência chinesa no comércio mundial, Obama poderá fortalecer sua imagem de grande líder perante o povo americano. Os próximos meses serão determinantes e cruciais para o futuro político de Obama.

Uma coisa é certa e aguardada: a vingança da Al Qaeda. Vale ressaltar como diz Ahmed Rashid, especialista em Taleban e Paquistão, “a morte de Osama Bin Laden é um duro golpe para a organização que ele liderava, a Al Qaeda, mas a rede ainda possui uma grande capacidade de realizar ataques por conta de sua natureza descentralizada (...) Hoje a filosofia da Al Qaeda é "um homem, uma bomba". A rede virou uma espécie de "franquia" que também atua através de grupos aliados ou inspirados por sua filosofia.
A rede já não precisa de um segundo 11 de Setembro para deixar sua marca. Uma única bomba disposta em qualquer lugar do mundo por um suicida dedicado, desde que inspirado por Bin Laden e seus seguidores, é suficiente para indicar que a rede permanece viva e ativa”.

Os Estados Unidos já estão em alerta máximo contra as iminentes represálias das células terroristas. “Dada a incerteza da atual situação, pedimos aos americanos que estão em áreas onde os acontecimentos recentes podem aumentar a violência contra os Estados Unidos que limitem suas saídas de casa e dos hotéis e evitem multidões”, diz a nota do Departamento de Estado.

Rashid alerta: “neste momento, o temor de um atentado suicida em estações de trens e metrôs nos Estados Unidos e na Europa é particularmente alto, assim como em alvos militares e embaixadas ocidentais no Oriente Médio, que já são um alvo frequente do extremismo”.

Inevitavelmente, a sensação de terror e insegurança estão de volta.





José Renato Ferraz da Silveira é professor do Curso de Relações Internacionais da UFSM. jreferraz@hotmail.com

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