segunda-feira, 2 de maio de 2011

Guerra contra a Al Qaeda não acaba com morte de Bin Laden, diz Hillary

DE SÃO PAULO

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, afirmou nesta segunda-feira em pronunciamento que a guerra contra a rede terrorista Al Qaeda não acaba com a morte de seu líder, Osama bin Laden, em uma operação militar americana.
Hillary afirmou que o esforço para encontrar Bin Laden foi realizado em cooperação próxima com o Paquistão, que ajudou a pressionar a Al Qaeda. "Esta cooperação continua e será muito importante nos próximos dias. Apesar do marco obtido [com a morte de Bin Laden], não podemos esquecer que a luta contra a Al Qaeda não vai acabar com a morte de Bin Laden", disse.
A diplomata americana enviou ainda um duro recado ao grupo islâmico Taleban e ressaltou que a missão americana no Afeganistão continua. "A mensagem ao Taleban permanece a mesma, mas hoje tem maior ressonância: vocês não podem nos expulsar, não podem nos derrotar, mas podem escolher abandonar a Al Qaeda e participar de um processo político pacífico", disse Hillary.
Ela afirmou ainda que os EUA mantêm o cronograma do início da retirada das tropas do país, prevista para julho deste ano, com a transferência de parte da segurança para as forças afegãs.
Hillary disse ainda que "a justiça foi feita", repetindo as palavras usadas pelo presidente Barack Obama para anunciar a morte do líder terrorista. Veja o discurso de Obama em vídeo e texto
Ela lembrou ainda as vítimas dos ataques realizados pela Al Qaeda, como na Embaixada Americana no Quênia, contra o navio militar USS Cole e os atentados de 11 de Setembro.
"Não foram apenas ataques contra os EUA, foram ataques contra todo o mundo. [...] Pessoas inocentes, a maioria muçulmanas, foram alvos em mesquitas, estações de metrô. Cada ataque baseado em uma ideologia que não dá valor à vida humana e não se importa com a humanidade", disse a secretária de Estado.
Hillary reconheceu ainda que a morte de Bin Laden não servirá de compensação aos familiares das vítimas de seus ataques, mas disse esperar que traga algum conforto.
A secretária de Estado lembrou ainda que a morte de Bin Laden ocorre em meio a uma onda de revoltas populares pela democracia no norte da África, o que demonstra que "não há espaço para a ideologia deturpada da Al Qaeda".
"Em todo o mundo, continuaremos pressionando adiante, vamos perseguir sem descanso os assassinos. A luta continua e nunca vamos hesitar", disse Hillary. "Isso é a América, nós enfrentamos o desafio, perseveramos e terminamos o trabalho", completou.
BIN LADEN MORTO
A morte de Bin Laden foi anunciada por Obama na noite deste domingo. O Paquistão afirmou horas mais tarde que não havia participado, "em acordo com a política dos Estados Unidos" de luta contra o terrorismo.
Um comando transportado por helicópteros das forças especiais da Marinha americana matou Bin Laden em uma casa muito protegida em Abbottabad, cidade 70 km ao noroeste de Islamabad. A ação teria durado cerca de 40 minutos, começando 22h30 do horário local.
Obama disse ainda que o corpo havia sido levado sob custódia dos Estados Unidos --a imprensa americana menciona que o sepultamento já foi feito no mar, mas a informação não foi confirmada.
Enquanto ele falava, centenas de pessoas estavam concentradas em frente à Casa Branca, em Washington, para comemorar com gritos de alegria e mensagens patrióticas a morte. Seguravam bandeiras, cantavam o hino nacional e bradavam "USA". Na Times Square, em Nova York, outra multidão tomou as ruas (veja as fotos).
Em um comunicado, o Ministério paquistanês das Relações Exteriores afirmou que o país não participou da ação e reconheceu que a morte do homem mais procurado do mundo --tido como mentor dos ataques do 11 de setembro de 2001 -- representa um "grande revés infligido às organizações terroristas do mundo" e "ilustra a determinação da comunidade internacional, e do Paquistão, de combater e eliminar o terrorismo".

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