segunda-feira, 9 de maio de 2011

BANCOS CENTRAIS ESTÃO EMPENHADOS EM COMBATER INFLAÇÃO, DIZ BCE

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Os bancos centrais do mundo estão empenhados em combater a inflação e evitar que o aumento dos preços de energia seja repassado para os outros preços na economia, disse nesta segunda-feira o presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet.
Ele participa da reunião dos BCs das principais economias do mundo em Basileia, na Suíça.
Hoje, segundo dia de reunião, foi feito um alerta para a alta volatilidade dos preços das commodities. Os focos principais de preocupação foram o petróleo e matérias-primas metálicas, como a prata, que estão com preços "extremamente elevados".
Como porta-voz dos BCs dos países do G-20, Trichet afirmou que há um movimento global de recuperação econômica. Ele destacou, porém, o risco de superaquecimento de algumas economia emergentes, que pode produzir mais inflação.
O petróleo e a prata subiram hoje depois de algum recuo na semana passada. O barril tipo Brent, negociado na bolsa de Londres, superou os US$ 112, uma alta de 2,4%.
A onça da prata avançou 5% sobre a cotação de sexta-feira, para US$ 37.
JUROS
Na última quinta-feira (5), Trichet descartou uma alta iminente das taxas de juros, mas garantiu que o organismo continuará "vigiando de perto" a evolução da inflação.
O Conselho do Banco Central Europeu se reuniu em Helsinque na quinta-feira e decidiu por unanimidade manter as taxas de juros na zona do euro em 1,25%, como previam os mercados.
Na entrevista coletiva concedida após a reunião, Trichet ressaltou que o BCE percebe uma crescente pressão inflacionária que se deve, sobretudo, ao aumento do preço do petróleo, mas não quis antecipar quando ocorrerá a próxima alta dos juros.
"Tomaremos uma decisão quando considerarmos que é necessário para manter a estabilidade dos preços", afirmou.
"As expectativas de inflação na zona do euro devem permanecer firmemente ancoradas ao nosso objetivo de manter o nível inflacionário abaixo dos 2% a médio prazo", acrescentou.
INFLAÇÃO
A taxa de inflação da zona do euro subiu em abril para 2,8%, superando pelo quinto mês consecutivo a meta do BCE.
Em abril, a instituição aumentou a taxa de 1% para 1,25% pelo primeira vez em três anos. O objetivo foi conter a escalada da inflação na região, puxada principalmente pelos preços de alimentos e energia, um problema que assola as economias de todo o mundo.
O dilema, para a instituição europeia, é a falta de uniformidade entre as economias da zona do euro. Algumas sofrem com a inflação alta, enquanto para outras o maior problema é a recessão econômica, como Portugal, Grécia e Irlanda.
Mas o resgate de Portugal e o risco de que a Grécia tenha de reestruturar sua dívida não afastam o BCE de seu objetivo de garantir a estabilidade de preços, o que significa conseguir uma taxa de inflação na meta de 2% no médio prazo.
Trichet ressaltou a importância de que os países da zona do euro realizem "reformas estruturais urgentes" para aumentar seu potencial de crescimento e sua competitividade, especialmente 'aqueles com um deficit fiscal alto', embora tenha se recusado a mencionar os países aos quais se referia.
"Nossa mensagem de estabilidade fiscal é dirigida a todos os Estados-membros", afirmou.

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