segunda-feira, 30 de maio de 2011

ALEMANHA PROMETE PARAR DE USAR ENERGIA NUCLEAR ATÉ 2022

DA REUTERS, EM BERLIM
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A Alemanha vai desligar todas as usinas nucleares do país até 2022 e planeja reduzir o uso de energia em 10% até 2020, após acordo da coalizão liderada pela chanceler Angela Merkel.
A decisão pode ser até mais ambiciosa do que a saída da energia nuclear planejada pela coalizão entre sociais-democratas e verdes quando estavam no poder em 2000, pois desativa oito das 17 usinas nucleares do país imediatamente e outras seis em 2021, mas ainda pode enfrentar oposição de empresas do setor.


Chanceler alemã, Angela Merkel; país pretende deixar de usar energia nuclear até 2022; acidente no Japão causou debate
Há apenas nove meses, Merkel anunciou uma ampliação da utilização das usinas nucleares em 12 anos em média. Em março, após o terremoto e tsunami que provocaram um acidente na usina nuclear japonesa de Fukushima, no Japão, Merkel reverteu a decisão e colocou a política para energia nuclear do país sob revisão.
"Nosso sistema energético tem de ser mudado fundamentalmente, e pode ser mudado. Queremos que a eletricidade do futuro seja segura e, ao mesmo tempo, confiável e econômica", disse Merkel a jornalistas nesta segunda-feira.
A decisão dos partidos da coalizão dirigida por Merkel supõe um retorno à decisão tomada no ano de 2000 pela então coalizão de social-democratas e verdes comandada por Gerhard Schröeder que tinha aprovado por lei o fim da era nuclear em 2021.
Merkel e sua equipe se retratam assim da lei que aprovaram no ano passado para prolongar a vida das usinas nucleares em uma média de 14 anos e que atrasava para 2036 o fechamento da última usina atômica no país.
Além de parar de usar a energia nuclear, a Alemanha também planeja reduzir o uso de eletricidade em 10% até 2020 e dobrar a participação de fontes renováveis de energia para 35 % no mesmo período, segundo um documento do governo obtido pela Reuters.
Merkel não deu mais detalhes do plano, mas o documento afirma que a meta alemã de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 40%o até 2020 está mantida.
A maioria dos eleitores na Alemanha é contra a energia atômica, que fornecia 23% da energia do país antes de sete unidades antigas serem fechadas em março.

PROTESTOS
No sábado (28), milhares de pessoas participaram de protestos em 21 cidades da Alemanha, exigindo que o governo acelerasse o processo de abandono da energia nuclear.
Cerca de 160 mil pessoas saíram às ruas em 21 cidades alemãs. Na capital Berlim e em Munique o número de manifestantes ficou em torno de 25 mil, enquanto que em Hamburgo quase 20 mil aderiram ao protesto, de acordo com os organizadores. A polícia de Berlim estimou uma presença de 20 mil pessoas.
O encerramento em definitivo dos 17 reatores nucleares alemães até o ano de 2021 atenderia a um pedido feito no início deste milênio por um grupo formado por políticos sociais-democratas e ecologistas.
Na sexta-feira (27), os ministros do Meio Ambiente dos Estados alemães aprovaram o fim das atividades dos sete reatores nucleares mais antigos do país, paralisados desde março.

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