segunda-feira, 18 de abril de 2011

Hegel (1770-1831)
Contra a concepção liberal de Estado

O filósofo alemão Hegel criticou a concepção liberal do Estado, porque essa concepção parte da idéia do indivíduo isolado que, posteriormente, teria se organizado em sociedade. Para Hegel, isso é um equívoco. Não existe o homem em estado de natureza. O indivíduo humano é um ser social, que só encontra o seu sentido no Estado. O indivíduo isolado é uma abstração.
O Estado, por sua vez, não é a simples soma de muitos indivíduos, não é formado a partir da vontade dos indivíduos, nem é fruto de um contrato, como haviam pensado Hobbes, Locke e Rousseau.
De acordo com a reflexão política de Hegel, o indivíduo é parte orgânica de um todo, o Estado. O indivíduo é alguém que fala uma língua e é criado dentro de uma tradição. Essas características são anteriores a cada um dos indivíduos isolados, e são elas que o definem como ser. É por isso que Hegel considera que o Estado precede o indivíduo.
O Estado é concebido, portanto, como fundador da sociedade civil, ao contrário de Rousseau, por exemplo, para quem é a sociedade, os homens em seu conjunto, que cria o Estado. O Estado seria, então, a manifestação do Espírito objetivo em seu desenvolvimento, uma esfera que concilia a universalidade humana com os interesses particulares dos indivíduos da sociedade civil. Sendo uma manifestação da Razão, o Estado possui uma universalidade que está acima da soma dos interesses individuais.

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