sexta-feira, 4 de março de 2011

Membros do ETA detidos formavam comando do grupo, diz ministro

DA EFE, EM MADRI

Os quatro supostos membros do grupo separatista basco ETA detidos na terça-feira em Bilbao, no norte da Espanha, formavam o comando "mais importante que restava" da organização terrorista, disse nesta sexta-feira o ministro do Interior espanhol, Alfredo Pérez Rubalcaba.
"Por isso, acho que posso dizer que estamos mais perto do final", acrescentou Rubalcaba em um comparecimento diante da imprensa no final da reunião semanal do Conselho de Ministros.
Ele confirmou que os detidos tinham informação sobre um policial autônomo e um juiz, mas que tinham descartado realizar um atentado contra estas pessoas porque consideraram que "era muito difícil".
No entanto, Rubalcaba disse não saber se os detidos estavam preparando alguma ação e afirmou que terá que esperar seus depoimentos diante o juiz.
As detenções ocorreram depois que o ETA declarou em 10 de janeiro um cessar-fogo geral e permanente, que foi considerado insuficiente pelo governo espanhol.
Segundo o ministro do Interior, a operação realizada na terça-feira pelas forças de segurança espanholas é "muito importante" porque, entre outras coisas, permitiu desarticular um comando integrado por membros não fichados pela Polícia e esclarecer dois atentados.
Nestes ataques foram assassinados o inspetor de Polícia Eduardo Puelles, em junho de 2009, e o militar Luis Conde de la Cruz, em setembro de 2008.
Os detidos são Íñigo Zapirain Romano, Beatriz Etxebarria Caballero, Daniel Pastor Alonso e Lorena López Díez e ocultavam armas, quase 200 quilos de explosivos e material para a fabricação de bombas.
O ministro do Interior ressaltou nesta sexta-feira que eles formavam um grupo "experiente" e difícil de ser descoberto ao se tratarem de pessoas que não estavam fichadas pelas forças de segurança e que viviam integradas na sociedade.
Os detidos prestarão depoimento perante o juiz Fernando Grande-Marlaska, da Audiência Nacional espanhola, que tem sua sede em Madri.
O ETA, fundada em 1959, busca a independência do País Basco da Espanha e, em cinco décadas de atividade, assassinou quase 900 pessoas.
O anúncio de seu último cessar-fogo geral e permanente, em 10 de janeiro, aconteceu após a organização terrorista ter sofrido golpes sucessivos em toda sua estrutura, com mais de 400 detidos desde 2007.

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