terça-feira, 1 de março de 2011

Chanceler russo rejeita zona de exclusão aérea sobre a Líbia

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, se opôs nesta terça-feira à ideia de estabelecer uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia como forma de aumentar a pressão sobre o regime do ditador Muammar Gaddafi e acabar com a repressão do regime contra a população.
A ideia faz parte dos planos dos Estados Unidos para pressionar a renúncia de Gaddafi, impedindo que ele use aviões de guerra ou helicópteros para atacar rebeldes que já tomaram vastas áreas do leste do país, assim como para impedir a chegada de mercenários ao país. A medida é apoiada por líderes europeus e pela Austrália, que lembram que a tática foi usada com sucesso por anos no norte do Iraque.
Em entrevista coletiva concedida em Genebra, o chanceler russo chamou a medida de supérflua e assinalou que qualquer nova medida a ser adotada contra o regime de Gaddafi deve passar pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) --que já aprovou sanções com embargo de armas e equipamentos antidistúrbios, congelamento de bens no exterior e proibição de viagem.
"Na reunião que mantive ontem [segunda-feira] com a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, não se tratou de nenhuma maneira da zona de exclusão aérea", afirmou Lavrov aos jornalistas. "Qualquer nova medida contra o regime líbio deve passar pelo Conselho de Segurança, e até agora essa proposta não foi colocada".
Lavrov disse que a comunidade internacional deve se concentrar em aplicar as sanções que já foram aprovadas no sábado (26).
Os membros do Conselho não consideraram a imposição de uma zona de exclusão aérea e nenhuma medida militar --apesar dos EUA terem reposicionado suas tropas na costa da Líbia. A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) já disse que qualquer intervenção na nação africana deve ser aprovada pela ONU.
A Rússia é um dos cinco membros com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU.
Nesta segunda-feira, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, havia admitido que a opção de declarar uma zona de exclusão aérea para acabar com a repressão exercida pelo regime de Gaddafi "está sobre a mesa", assim como outras medidas.
Ela disse que conversou sobre "estas e outras possíveis ações" com representantes de países europeus, reunidos nesta segunda-feira em Genebra no marco do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
A secretária de Estado ressaltou que a zona de exclusão aérea é uma das opções consideradas para poder "pressionar o regime" de Gaddafi e que há "um número de ações potenciais" que poderiam ser aplicadas nos próximos dias, "especialmente do lado europeu".

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