terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Soneto 30

Soneto 30
Shakespeare, William. Trad. Bárbara Heliodora.

Quando à corte silente do pensar
Eu convoco as lembranças do passado,
Suspiro pelo que ontem fui buscar,
Chorando o tempo já desperdiçado,
Afogo o olhar em lágrima, tão rara,
Por amigos que a morte anoiteceu;
Pranteio dor que o amor já superara,
Lastimando o que desapareceu.
Posso então lastimar o erro esquecido,
E de tais penas recontar as sagas,
Chorando o já chorado e já sofrido
Tornando a pagar contas todas pagas.
Mas, amigo, se em ti penso um momento,
Vão-se as penas e acaba o sofrimento.

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