quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Reino Unido eliminará 50 mil empregos na saúde, diz relatório

DA EFE, EM LONDRES

Mais de 50 mil empregos serão eliminados no Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, segundo uma análise do site "False Economy" publicada nesta quarta-feira pelo diário "The Guardian".
Apenas na Inglaterra serão eliminados 24 mil postos em hospitais, além de outros 10 mil em centros de assistência primária e seis mil em centros de saúde mental.
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As demissões, que obedecem aos cortes gerais nos gastos públicos planejados pelo governo de David Cameron, afetam tanto a médicos como a enfermeiras e dentistas, além de funcionários administrativos.
Segundo a Associação Médica Britânica, os cortes previstos terão um impacto negativo no conjunto dos trabalhadores do setor.
O porta-voz para temas de saúde da oposição trabalhista, John Healey, acusou o governo conservador-liberaldemocrata de estar tentando uma custosa reorganização da Saúde britânica.
"Os tories [conservadores] pediram que o Parlamento votasse uma soma adicional de 1,8 bilhão de libras [US$ 2,9 bilhões] para essa reorganização administrativa. Com essa quantia, seria possível pagar quase 15 mil enfermeiras durante três anos", criticou o deputado trabalhista.
CORTES
O Reino Unido luta para sair da recessão em que foi jogado com a crise financeira de 2008. O país vive a maior recessão desde o final da Segunda Guerra Mundial com uma política de cortes de gastos públicos, demissão de cerca de 500 mil funcionários públicos de um total de 6 milhões.
A inflação beira os 4% (o dobro da meta estabelecida); o desemprego entre os jovens passa de 25%. A economia encolheu no quarto trimestre do ano passado, o que deixa a Alemanha, maior economia da Europa, cada vez mais distante.
Desde o dia 18 de setembro, os britânicos vivem um momento de insegurança após o governo afirmar que não poderia descartar cortes extras de mais de 4 bilhões de libras (US$ 6,48 bilhões) no seu sistema de benefícios sociais, além das reduções anunciadas em junho, segundo o vice-ministro de Finanças, Danny Alexander.
A incerteza sobre o tamanho do corte existe desde que o ministro das Finanças, o conservador George Osborne, disse no começo de setembro que ele seria maior do que os 11 bilhões de libras (US$ 17,83 bilhões) anunciados no orçamento de junho.
Alexander falou antes do início da conferência anual dos LibDems, no domingo, quando é provável que muitos ativistas se oponham aos pesados cortes.

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