quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Por trás do Muro

Por trás do Muro
O dia 13 de agosto de 1961 deu início à construção pelo arame farpado e pelo concreto


Giuliana Chorilli

giuliana_chorilli@yahoo.com.br

Mariana Zaia

13 de agosto de 1961: início da construção do Muro de Berlim.

Berlim tornou-se a cidade-confronto dos dois sistemas ideológicos que lutavam pelo controle do mundo: o socialismo e o capitalismo. Após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, a Alemanha derrotada foi ocupada pelas potências aliadas que saíram vitoriosas: Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e União Soviética.

A zona oeste alemã passou a ser administrada por britânicos, norte-americanos e franceses, enquanto a leste passou a ser comandada pelos soviéticos. A Guerra Fria definiu-se como o período de disputas estratégicas e a diversidade entre as zonas do país alemão se acirraram até culminar na construção de uma barreira material pelos comunistas.

Berlim pertencia ao território soviético, mas parte dela pertencia à zona capitalista. Entre 1949 e 1960, mais de três milhões de alemães deixaram o leste comunista em direção ao oeste, através de Berlim Ocidental.



Em 13 de agosto de 1961 começou a construção do Muro de Berlim, chamada pelos alemães orientais de “muralha de proteção antifacista”. O chefe do governo, Walter Ulbricht, que havia conseguido em Moscou – centro soviético – uma permissão para construir a barreira, encarregou o então secretário do Conselho Nacional de Defesa de cercar a fronteira. Quando era aproximadamente uma hora da manhã, apagaram-se as luzes da rua no Portão de Brandemburgo, o cartão de visitas da cidade.

Contornando 155 quilômetros, Berlim estava cercada. Seis horas depois 77 cruzamentos entre leste e oeste foram fechados separando mais de milhões de cidadãos. “O muro separou família, amigos e cidadãos de um mesmo país”, diz o cientista político José Renato Ferraz da Silveira. Por quase três décadas o Muro de Berlim foi o símbolo de excelência da Guerra Fria, da bipolarização do mundo, com decadência do regime socialista.

“Podemos afirmar que fatores endógenos e exógenos foram determinantes para a queda do Muro de Berlim. Os exógenos: as medidas político-econômicas, a pereistroika e a glasnost, adotadas pelo chefe do Estado soviético Mikhail Gorbatchov conjugado com outros países que começam um processo de “Abertura ao Ocidente”. As razões endógenas se dão principalmente pela pressão social da população da Alemanha Oriental que pede por reformas e mudanças e o enfraquecimento cada vez mais acentuado do governo da República Democrática Alemã (RDA), todos esses elementos repercutem na queda do Muro”, afirma José Ferraz.

No dia 9 de novembro de 1989, o governo da Alemanha Oriental anunciou que todos os cidadãos da RDA poderiam visitar a Alemanha Ocidental e Berlim Ocidental. Ao longo das semanas seguintes, partes do muro foram destruídas, abrindo caminho para a reunificação alemã, celebrada em 3 de outubro de 1990.

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