segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A modernidade: o desejo da evolução e o triunfo da vontade

A Modernidade: o desejo da evolução e o triunfo da vontade

Entre o nascimento do Estado moderno (século XVI) e a Revolução Francesa (1789), a emergência da modernidade (humanismo, mudanças nos valores, hábitos, ideias, comportamentos, fortalecimento do Estado, grandes navegações, Reforma e Contra Reforma Religiosa) leva o homem a uma dignidade inédita de poder que não se funda mais sobre uma hierarquia cósmica garantida por uma transcendência. É bem verdade que a concepção hierárquica de mundo ganha nova interpretação, retificada pelo modelo de investigação das ciências naturais, então constituídas que nos distanciam do pensamento medieval.
É doravante na arte, religião, técnica, filosofia, ciência, educação, no qual o homem moderno valorizará a capacidade de agir e pensar por conta própria, sem a tutela de qualquer autoridade: confiança na razão, exercício do espírito crítico, percepção de uma realidade dinâmica em constante processo, disposição para transformar o mundo.
A força política efervescente marcada por uma vontade de protesto ante as ameaças do arbitrário e do despotismo, apoiada, em segundo lugar, no conflito da Reforma e da Contra Reforma leva à separação do religioso e do político. Pois é assim a afirmação da liberdade da consciência contra as intolerâncias que redefine o homem dessa época de revivificação cultural, tendo em vista vários horizontes lingüísticos e culturais (depois “nacionais”), a origem dos Estados e seu fim (o bem comum), os jogos de poder, a submissão das Igrejas a fim de preservar a paz civil, o aperfeiçoamento da figura humana, a segurança e a proteção da propriedade individual.
Fundar o novo é a busca insaciável do ímpeto ocidental. O milagre europeu não lamenta sua impotência, sabe aproveitar as ocasiões e não hesita mais em solicitar e demonstrar o triunfo da vontade.


José Renato Ferraz da Silveira

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