terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

MERCADO DE TRABALHO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

MERCADO DE TRABALHO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Cristina Farias, Fernanda Maschio e Júlia Grave


É notável a crescente necessidade de profissionais de Relações Internacionais no atual estágio da sociedade, ainda mais que, percebendo a multidisciplinaridade do curso, o internacionalista se torna um generalista, podendo atuar em qualquer área vinculada à sua formação. O mercado de trabalho deste setor é vasto e tende à expansão.
O que se percebe de um aluno deste curso, na grande parte das vezes, é o desejo de partir para a carreira diplomática, a possibilidade de construir uma carreira no exterior. Mas há, na realidade, uma fração mínima de egressos de Relações Internacionais concursando o Itamaraty e trabalhando no Ministério das Relações Exteriores. Porém é necessário destacar a importância daqueles que aderem à carreira no Ministério. Segundo o Instituto Rio Branco, o diplomata tem de ser capaz, entre outros, de bem representar o Brasil perante a comunidade de nações; obter as informações necessárias à formulação de nossa política externa; participar de reuniões internacionais e, nelas, negociar em nome do Brasil; assistir as missões no exterior de setores do governo e da sociedade; amparar seus compatriotas; e promover a cultura e os valores de nosso povo.
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores brasileiro, há outras oportunidades para internacionalistas, como o Cerimonial. Cabe ao funcionário deste setor a organização dos eventos públicos que interessem ao relacionamento da Nação com outros Estados, a entrega de credenciais de embaixadores estrangeiros, além da organização de encontros de presidentes. Já a Coordenação Geral de Privilégios e Imunidades garante a concessão de privilégios e imunidades ao Corpo Diplomático e Consular e procura a reciprocidade no tratamento das Embaixadas e Consulados brasileiros. Outro setor, o Departamento de Promoção Comercial e Investimentos (DPR) é a unidade competente do Ministério das Relações Exteriores para agir na organização, na direção e na implantação das políticas de promoção das exportações brasileiras e de captação de investimentos de interesse do País.
Uma crescente área de atuação para os internacionalistas encontra-se nos ministérios em Brasília, no Senado e na Câmara de Deputados, já que todos necessitam de assessoria internacional. Destacam-se também a carreira pública na Agência Brasileira de Inteligência (ABIN); embaixadas, consulados e demais representações do governo no exterior; secretarias municipais e estaduais voltadas para assuntos internacionais; e o cargo de analista de comércio exterior junto ao Ministério do Desenvolvimento apoiado pelo Ministério das Relações Exteriores.
Outra possibilidade é o trabalho em organizações internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o Mercosul. Nesta área, porém, o ingresso é difícil, visto que a concorrência é global e as indicações pessoais são significativas.
Também interessante é o ramo acadêmico, com pesquisa, desenvolvimento de projetos, além da probabilidade de se tornar docente. O professor deste curso carrega a responsabilidade de fornecer as bases para profissionais que sejam capazes de suprir a necessidade deste mercado que se abre para o mundo. Internacionalistas que possam suprir, entre outras demandas, a necessidade encontrada pelos órgãos públicos e privados por assessoria internacional, por funcionários que possam fornecer uma análise e um processamento de informações relativas aos diferentes cenários regionais e internacionais.
As empresas privadas brasileiras têm buscado cada vez mais profissionais desta área devido a sua internacionalização. Um internacionalista que possa ocupar uma posição de gestão se torna cada vez importante neste contexto, já que as questões internacionais se refletem internamente de maneira cada vez mais acentuada. A interpretação da relação entre o cenário internacional e as decisões tomadas pelas empresas é o papel deste analista e consultor internacional formado em Relações Internacionais. A compreensão das realidades culturais, econômicas e sociais nas diferentes regiões do planeta se torna essencial para empresas que tenham inserção internacional.
Partidos políticos, movimentos sociais, organizações não-governamentais, entidades empresariais e centrais sindicais necessitam também de um profissional com um conhecimento especializado sobre o contexto internacional. Assim, ao passo que os movimentos políticos e sociais atuam no plano internacional, institui-se um formidável mercado de trabalho para os analistas de relações internacionais.
A mídia, da mesma forma, exige esse conhecimento, sendo outro setor promissor para um bacharel em Relações Internacionais. Uma análise da conjuntura internacional pode ser fornecida por um profissional que compreenda com clareza os fatos internacionais. Hoje já não é difícil encontrar profissionais da mídia que possuam alguma formação em Relações Internacionais.
O mundo globalizado, com sua interdependência cultural, econômica e social abre as portas para que se formem profissionais que tenham a capacidade de entendê-lo. Assim se expandem as Relações Internacionais, cada vez mais importantes e indispensáveis.

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